Como dizer do meu amor,
Senão encarcerado em palavras,
Limitado em sons fugidios,
Dependente de interpretações,
Longe do que penso e sinto,
Entre sonhos e lágrimas?
Como expô-lo, concretude
Do melhor em mim doando-se,
Íntegro e natural, se se perde
Em signos linguísticos, letras,
Morfemas engradeando-o?
Sim, poemas são pontes,
E o amor, solitário abismo
De impaciências e carências.
Quem atravessa a ponte
Não passa pelo abismo.
Francisco Costa
Rio, 11/09/2016.
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