Dádiva
divina acordar do teu lado,
Afogado no
odor do teu corpo,
Com a
serenidade dos justos,
Distante do
resto do mundo.
Como, tendo
experimentado,
Não lastimar
a tua ausência,
Turbulência
no que era calma,
Realização
de paz, anestésica
Sensação de
voo em manhã clara,
Banhado em
espaço e luz?
Agora é o
vazio, o nada exposto
Nas horas
que transcorrem lentas,
Como se no
quarto escuro e triste
O tempo
estivesse morto, caído
Entre a cama
e as cortinas, alheio,
Em
sacrifício ao teu corpo ausente.
Volúpia recolhida,
meus olhos,
Janelas para
o passado, insistem
Em te ver na
cama, recolhida
E
abandonada, no sono de depois.
Francisco
Costa
Rio,
30/11/2014.
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