Como uma
velha árvore carcomida,
Vítima das
intempéries e do tempo,
Vergo-me ao
vento do que incomoda,
Impondo
versos tristes e dissabores,
Reduzindo-me
a pálido vulto do que fui.
Enternecido
de mim mesmo,
Em
autopiedade explícita, assumida,
Choro-me
arquétipo da dor, latejares
De desejos
inalcançáveis, arquiteto
Do que se
constrói escombros, arruinado.
Sim, há o
sol, eu sei, luz debruçada
Sobre o
infinito e a eternidade,
Possibilidades
de novas primaveras,
Musas de
plantão, me esperando,
Orientações
para novos sorrisos...
Mas, mago de
poderes perdidos,
Insisto
nesta ancestral tristeza,
E sem
nenhuma explicação,
Como uma
folha à deriva, que
Por estar à
deriva a si se justifica
Árvore de si
perdida.
Francisco
Costa
Rio,
19/12/2014.
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