Bom dia, rei
sol.
Atento
leitor da realidade,
Buscando
exemplos e lições,
Hoje acordei
pensando em ti.
Soberano e
onipresente,
Iluminando
cada canto do planeta,
Em ti
repousa a existência:
Os fenômenos
climáticos,
O equilíbrio
ecológico, a geologia,
A
possibilidade de vida.
Somos
submissos e dependentes
Da tua
existência obrigatória
E
necessária, sem a qual, nada.
Gigante, por
liames invisíveis
Prendes
muitos planetas outros
E mantém sob
jugo os cometas
E
asteroides, a poeira cósmica,
Como ninhada
tua, vigilante.
Se se zanga
ou reequilibra,
Em explosões
solares
Os sinais do
teu humor
Percorrem
trilhões de quilômetros,
Contaminando
com ondas fatais,
Interferindo
em cada partícula.
És
poderosíssimo, amigo!
Mas afasto o
olhar e me decepciono:
Estás só
numa galáxia
Entre
bilhões de galáxias,
Cada uma
delas com bilhões de sóis,
A maioria,
maiores e mais quentes,
Mais
brilhantes e estáveis,
Já que és
apenas de quinta grandeza,
Coisa pouca
diante do infinito.
Procuro-te e
descubro que giras
Nos
subúrbios da Via Láctea,
Na periferia
da galáxia,
Quase
anônimo e desimportante
Na dança
cósmica, só coadjuvante.
Examino-te a
evolução e...
Um de dois
fins, inexoráveis:
Apagar-se,
sem combustível,
Como uma
vela que a si se consumiu
Ou ser tragado
por um buraco negro
De bocarra
aberta te esperando.
És limitado,
amigo.
Como eu, nasceste
para morrer,
Com
existência limitada, só um elo
Contraditório
e efêmero
Na
relatividade de tudo.
(A cada dia
que anoiteço,
Recolho-me
ao anonimato,
É um dia a
menos de vida,
Como na tua
também).
Sempre que
apareces e te anuncias,
Em cada uma
das minhas manhãs,
Reverencio-te
pelo serviço prestado,
Jamais em
apologia ao teu poder,
Porque
limitado e circunstancial,
Como o meu,
que só se exerce
E manifesta
sobre o que é menor,
Na suprema
ilusão de uma importância
Que reside
na ignorância,
De não sabermos
da nossa insignificância,
Só um
detalhe na relatividade de tudo.
Francisco
Costa
Rio,
12/12/2014.
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