Margeio-me
com medo de penetrar.
Também trago
escuridões, vazios,
O que nem eu
mesmo admito,
Em dialética
luta com a luz,
O
preenchimento, o fazer-se bom.
Meus versos
nascem nos intervalos
De
contraditórias refeições,
Comigo
mastigando doce e fel,
Vagando
umbrais e o céu, retalhado,
Buscando
identificar cada pedaço.
Há em mim o
sono dos séculos,
O despertar
do amanhã,
A
curiosidade da criança diante do inseto,
Vontades
secretas de mulher abandonada.
Entre
sístoles e diástoles, o meu coração,
Pendular
cofre de apreensões, oscila,
Alternando-se
no tédio e na ação,
Sempre
prestes a parar porque cansado,
Sem
vislumbrar novidades e diferenças,
Incapaz de
enterrar os meus mortos,
Parentes,
uns, só ideias, outros.
Tenho
portas, janelas onde me permito
A hóspedes
de curtas permanências
E por onde
me saio para passear distraído,
Esquecido
dos meus medos, meus escuros,
Minhas
vontades abortadas, os meus mitos.
Francisco
Costa
Rio,
12/12/2014
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