Mordaz e
crítico,
O demônio
que me sopra poemas.
Imune a
exorcismos,
Está sempre
de plantão, insaciável,
Me
possuindo.
Tudo é mote
para escrita,
Motivo para
versejar, automático,
Sem ter como
me livrar da desdita
De me fazer obscuro,
enigmático.
Cúmplice nas
camas,
Comparsa nos
palanques,
Sócio nos
pensamentos,
É ele que dá
o tom
E escolhe as
palavras,
Reduzindo-me
a olhos e mãos
Digitando a
identidade
Com demônios
outros
Morando no
peito de toda a gente,
De cada um.
Querendo-se
importante e diferente,
O meu
demônio é trivial, comum.
Francisco
Costa
Rio,
30/11/2014.
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