Navegar,
simplesmente navegar,
Velames ao
vento, talhando ondas
Como se
porção do que basta e sacia,
Sem bússola,
carta marítima, destino,
Navegar,
simplesmente navegar.
Vestir-se
com o barco, ser parte dele
Na
vulnerabilidade dos temporais,
Nas incertezas
das borrascas emocionais,
Na luta para
manter-se emerso,
Vivo, na
insistência de prosseguir,
Ainda que
abrolhos e escarpas, pedras
Nos esperem,
pontiagudas e duras,
Na semeadura
dos naufrágios.
Navegar,
simplesmente navegar,
Íntimo do
timão, amante da cordoalha
Que nos ata
ao destino por antecipação,
Sonhando
paradisíacas praias, enseadas
De brisa
mansa e sol a pino, esperando.
Navegar,
simplesmente navegar,
Íntimo das
estrelas, as do céu e do mar,
Em colóquio
com peixes, fiéis amigos,
Testemunhas
únicas de um velho na proa,
Buscando
horizontes, na certeza que não há,
Porque esse
o destino do nauta:
Navegar,
simplesmente navegar.
Francisco
Costa
Rio,
04/12/2014.
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