domingo, 21 de dezembro de 2014

Sempre que me bate essa vontade de ausência,
De não estar em mim, mas no mundo e em cada um,
Municio-me de asas e, anjo vagabundo, saio por aí,
Inquirindo o que me realiza ou aflige, observando
O conhecido e por conhecer, buscando razões
E motivos, coroando-me rei da criação e de tudo,
Em onírica alucinação, prostrado ao que fascina.

E quem me olhasse nesses momentos de fuga
Mais não veria que um menino de corpo ancião
Debruçado sobre o teclado, viajando utopias,
Senhor do mundo porque longe de si mesmo
Preso entre versos de mais um poema.

Francisco Costa

Rio, 14/12/2014.

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