Aqui, assim,
prostrado, em reverência,
Em admiração
e respeito, indagações,
Reflito da
nossa indigência mental,
Incapaz de
sequer desconfiar
Do que ficou
explícito em tuas palavras,
No teu
sangue derramado, nas ações,
Usando-te como
espelho nosso
Refletindo
nossos acanhados limites.
De um ouço
porque não mataste
O que
recusou socorro,
Querendo-te
pior que o omisso,
Ou que
castigue os nossos desafetos,
Sem
questionar porque desafetos nossos,
Estampando
propaganda “Deus é fiel”,
Fazendo-te
cúmplice de todas as ignomínias,
Disparates,
covardias cometidas por nós.
Há ainda os
que cobram por existirmos,
E em teu
nome! Com tabela de preços
Para
milagres, graças, bem aventuranças,
Nascidas de
fenômenos naturais
Ou da
fraude, da mercantilização da fé,
Quase nos
convencendo que os pães
Multiplicados
foi empreendedorismo,
Esforço para
a criação de fortuna
A partir de
uma rede de padarias.
Em teu nome
fazemos guerras
E
perseguimos o que te entende diferente,
Mais
realistas que o rei,
Mais divinos
que a divindade,
Cada um
certo de ter sido teu confidente,
De saber
quem foste, o que querias,
Pretendeste...
Quais os teus propósitos,
Intenções...
Com tantas interpretações
Quantos são
os que interpretam.
Vem aí o
natal, Senhor. Nos reuniremos,
Mas não na
busca de um mundo melhor,
Não para
tratar de proteger os fracos
E saciar os
desvalidos, mas para comprar,
Para cultuar
o cesariano deus dinheiro,
Justamente a
negação da paz, do amor
Exilado das
filas de promoções,
Das
liquidações que nos liquidam
E nos fazem
Herodes e Pilatos
De nós
mesmos.
Feliz natal,
meu Senhor.
Francisco
Costa.
Rio,
01/12/2014.
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