sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Você, dependente do sinal da net,
Do mensal e sagrado salário,
De saciar a sede de comprar,
Comprando, esperando bênçãos,
Graças, bem aventuranças,
Que amanhã faça chuva ou sol,
Certo de que tudo fora,
A ser incorporado, absorvido,
E nada dentro, lhe habitando...

Você é oco e isso o explica
E justifica.

Triste é que quem não tem
Não pode dar, só esperar...
Até que a morte lhe seja dada,
Graça porque libertação
Da desgraça de só esperar.

Francisco Costa

Rio, 05/12/2014.

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