sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

PRETO E BRANCO

Eu vos falo do negro e do branco,
Dos dias e das noites que se confundem
Nas auroras e entardeceres,
E convivem na mesma data.

Falo-vos dos urubus
Que nascidos brancos
Acinzentam-se e enegrecem,
Permanecendo urubus.

Falo-vos de vossos cabelos
Que, nascidos de qualquer cor,
Embranquecem, tingidos de tempo,
Sem que vos torneis outra pessoa.

Falo-vos da música,
Do que enleva e encanta, acresce,
Nascida dos pianos, teclado de dentes
Claros e escuros, brancos e negros,
Cada um imprescindível e fundamental
Para a consecução do belo.

Falo-vos do racismo,
Dos que apartam em cores
Porque de consciências apartadas.

Francisco Costa

Rio, 02/12/2014.

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