domingo, 13 de outubro de 2013

COISA DE IRMÃOS

(Pra Durce Sousa, in memoriam)

Súbito te revelas na foto, irmã não esquecida
Dormindo na saudade. Conter-me como,
Se as amizades nos fazem siameses, unos,
Indefectivelmente ligados pela eternidade?

Pegando-me desprevenido, desligado, súbita
A luz do teu sorriso posto nos dias, outrora,
Voltou, avassalador, total, em intensidade tanta
Que a noite se interrompeu no sol do teu rosto.

Esquecer-me como, se mais que referência
Te fizeste partícipe, amiga e conselheira,
Voz diferente porque dissonante
No coral dos contentes? Esquecer como,
Se rasgo de alegria intermitente
Em momento estranho e conturbado
Tuas palavras ficaram como lição e alerta?

Posso te fazer um pedido ainda?
Nossa filha atravessa mar conturbado,
Precisa das minhas palavras e do teu coração,
Da minha vigília e da tua oração.
No resto vai tudo bem.

Francisco Costa

Rio, 10/10/2013.

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