domingo, 13 de outubro de 2013

AMOR E POLÍTICA

Então vens me pedir
Para que eu cale a política
E me reduza a só romance
Posto nos versos e prosas,
Porque assim sou melhor.

Tudo bem, mulher.
Quando na cama, molhando-a
E ao mundo, entre cobertores
E beijos, orgasmos iluminados,
Permaneço mudo a Obama,
Esqueço Putin e passeatas,
O escândalo da ocasião... Tudo.

Mas e depois? Como cultivá-la?
Como a uma planta, desprovida
De vontades e idéias, oca, vazia,
Mero monumento de carne
Enfeitando a sala ou no fogão?

Quero-te mais, impostura
Que arde e deseja, na cama;
Que arde e exige, no mundo.

Quisera eu a passividade morta
Da folha apartada da árvore
E então me calaria, reduzido
A menestrel do amor na poesia.

Mas é pouco.
Faço política porque te respeito.

Francisco Costa

Rio, 01/09/2013.

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