Papai foi
protagonista, meu filho.
Nem
coadjuvante nem assistente.
Em cabines
de caminhões
Papai
percorreu o mundo,
Deslizando
nas estradas dos sonhos,
Na Bahia,
Islamabad e Turquistão.
Nas cabines
de jatos supersônicos
Sobrevoou a
Europa e a África,
Foi a Marte
e Saturno, a Júpiter,
Enfrentando
feras terríveis
Que
vomitavam fogo e dardos.
Quando longe
dos portos,
Das estradas
e aeroportos,
Papai fez
gols em estádios lotados,
Em ruas sem
calçamento
E terrenos
desnivelados.
De mãos
certeiras, atirou pedras,
Quebrou
vidraças e telhas
A troco de
uma bela corrida em grupo.
E pescou
piabas e acarás,
E caçou
coleiros e sabiás,
Tomou banho
de lagoa,
Perdeu-se em
bairros alheios,
A cata da
namorada mais bonita.
Agora os
meninos se recusam
A
protagonizar qualquer coisa,
Reduzidos a
figurantes nas ruas
Ou
assistentes no computador.
Infância sem
sonhos
É noite sem
estrelas,
Sem lua, sem
escuro,
Feita só de
medos.
Francisco
Costa
Rio,
07/10/2013.
Maravilhoso, Francisco! É...Infância sem sonhos É noite sem estrelas...ameii!! Beijos Poeta querido
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