domingo, 13 de outubro de 2013

Exilo-me
No que em mim não cabe,
Impertinência  mansa
De quereres e desejos
Que regurgito em silêncio
Na forma de palavras.

Entre pronomes e verbos
Semeio substantivos,
Adjetivos, advérbios
Arrancados do espanto.

Entre um poema e outro
Dou provimento à vida,
Esse enunciado cotidiano
De exigências monótonas
Dormitando na impaciência.

Num comboio de versos
Embarco nos poemas
Tendo a poesia por paisagem.

Fora da arte e dos sonhos
A vida é uma impossibilidade.

Francisco Costa

Rio, 28/09/2013.

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