quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Tua língua, morada do prazer,
Invade-me o corpo, a vida,
Em violação consentida,
Reduzindo-me a só instintos.

Ora macia, em textura leve
De algodão ou esponja,
Ora como se feita na forja,
De aço e diamante, pedra,
Tua língua elabora trajetórias
Onde me perco, e reduzido,
Me encontro integral, completo,
Como anexo de mim mesmo
Preso a uma língua.

Sempre propenso à entrega,
Por mais que eu resista
Bendigo a minha boca
Cativa da tua língua.

Se faz sol ou chove não sei,
Se é dia o noite, também não.
Fiz da vida e dos momentos
Uma temporada de beijos,
Onde tudo o mais não importa.

Francisco Costa

Rio, 14/10/2013.

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