domingo, 13 de outubro de 2013

MEIO IRADO

A direita é pândega, neurótica
Com vergonha de si mesma.
Comentando os meus escritos,
Caracterizam e rotulam, marcam,
Adjetivando-me em profusão:
Comunista, socialista, subversivo,
Esquerdista... Sem que eu retruque,
Assumindo-me na esquerda, sim.

Vou aos textos deles e o que vejo
É pedido de retorno de ditaduras,
Homofobia, racismo, xenofobia,
Preconceitos mil: de classe,
Geográfico, étnico, sexual...
E um profundo ódio canino,
De presas à mostra,
Sempre que são contestados.

Aí os rotulo, como referência,
Não por opinião ou ofensa,
Por teoria política: fascistas!

E se ofendem, em auto negação,
Como pássaros em voo,
Negando ter asas.
(o que acham que são? Liberais,
Democratas, libertários,
Progressistas?)

Cultivam a mais falha das ciências,
A achologia, o achismo, imunes
A teorias, estatísticas, informações,
Certos de que a ração oferecida
A eles é definitiva, sem variantes.

Se algo lhes contraria os conceitos
Rotulam de mentira ou abandonam
No umbral do nunca ouvi falar.

Que os beneficiários do sistema
O defendam é coerente,
Mas a claque com fome
Fazer o discurso do opressor
Só mostra a coerência da direita:
Fabricar robôs acéfalos a repeti-los,
Até a hora de colocá-los na corrente,
Novamente, e servir a ração.

Francisco Costa

Rio, 12/10/2013.

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