quinta-feira, 24 de outubro de 2013

COISA DE BRASILEIRO

Brasileiro sim,
De muito e com muito orgulho,
Sem síndrome de “vira latas”
E complexos herdados,
Nascidos da submissão imposta.

Brasileiro sim,
Talhado na exploração e no saque,
Esculpido com o cinzel da carência
Sempre posta como refeição.

Brasileiro sim,
Diferente e diferenciado
Porque entre novenas e tamborins,
Despachos e pastores,
Escopetas e floradas nos jardins.

Brasileiro sim,
O que dorme sobre minério e petróleo,
Amanhece fauna e flora, entardece
Mananciais de água e ouro,
Espelhado na cobiça internacional.

Brasileiro sim,
Em réquiem e samba,
Em alexandrinos e cordéis,
Mastigando poesia
Para rimar exigências.

Brasileiro sim,
De bombacha e chimarrão,
Montado no jegue ou no avião,
Bebendo pó na seca ou na mansão,
Na praia ou na boleia do caminhão,
Falando manso ou agalopado,
Com sotaques dos mais variados
Fazendo a unidade dessa nação.

Brasileiro sim,
Que chora com Hino Nacional,
Aplaude em velório,
Perde a voz no gol da seleção,
Amanhece sempre feliz,
Quase irracional.

Brasileiro sim,
Nas passeatas e concentrações,
Rimando Brasil e puta que pariu,
Pondo força e determinação no que diz,
Exigindo-me outro, maior e melhor,
Com a dimensão do meu país.

Brasileiro sim,
Em raiva e revolta
Porque brasileiros iguais a mim
Insistem na síndrome, no engodo
De simples arremedo, plágio,
Imitação barata
Dos que nasceram longe
E se nutrem do nosso sangue
E cospem em nossas caras.

Caminha, Brasil,
E atropela os que atrapalham.

Francisco Costa

Rio, 17/10/2013.

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