terça-feira, 18 de março de 2014

Teus olhos, janelas para os sonhos,
Portais da imaginação de poetas,
Soam antinaturais porque perfeitos.

Multicores em seus desígnios
De floração súbita nas tardes,
Brilham como bússola no caminho,
Apontando o ponto de chegada.

Imaginários porque não afeitos à posse,
Prisioneiros de si mesmos nas órbitas
Que circundam admiradores, cintilam,
Quase abstrações iluminando os dias.

Fosses só os olhos e já serias tudo,
Mas resta o resto, sagração dos olhos
Que se continuam por todo o corpo,
Insondável paraíso, matéria de fé.

Há em ti qualquer coisa diferente,
Cujos olhos só insinuam
Passagem obrigatória para o prazer.

Em ti o pó se erigiu escultura perfeita,
Matéria prima manipulada com cuidado,
Pelas mãos de algum deus de bom gosto.

Francisco Costa

Rio, 24/02/2014.

Nenhum comentário:

Postar um comentário