sábado, 8 de março de 2014

Não te choro, Venezuela,
Antes, ombreio-me
A teus heróis que ressurgem.

Novamente as patas imperiais,
A sede de petróleo e sangue
Cravando dentes na tua carne.

Novamente contando cúmplices
Os apátridas de cérebros vazios
E corações nos bolsos e bancos.

Resiste! Mais que exemplo,
És porta de entrada
Para os assassinos de sempre,
Farejando dólares e morte.

Resiste! Porque a tua queda
É o princípio da queda
De todos os teus irmãos atentos,
Sabedores de que o propósito
Do império é semear cadáveres
Para colher fortunas.

Resiste! Resiste e vence,
Escrevendo mais uma página
De resistência ao Golias
Que se sabe grande
Sem se saber vulnerável.

Resiste porque o toureiro é frágil
E nas arquibancadas os teu irmãos
Não gritam mais olé, esperando
A definitiva estocada do touro.

Resiste, porque em tuas mãos,
Nesse momento de dor e luta
Reside todo o nosso futuro.

Resiste, Venezuela!
Resiste, Maduro!

Francisco Costa

Rio, 25/02/2014.

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