Súbito
atravesso o oceano
E faz noite
no meu corpo,
Telúrica
manifestação,
Terra, pó,
pedra, parte
Do
antepassado na veia.
Danço pontos
de atabaque,
Alaôôô, meus
orixás, axé
Povo da
mata, da cachoeira
Ogum,
desbravador da paz,
Impondo
justiça; Iemanjá
Moça bonita
da praia;
Exu, a
dialética síntese
Do bem e do
mal, iaôôôô,
Canção mãe
do samba,
Do reagle,
da ginga, afoxé
De negras
carnes de fome
Puro sexo
negro luzindo
Calor na
madrugada,
Morada das moças,
iaôôô.
Salve
aruanda, salve umbanda,
Santaneria,
quimbanda, axé
Naná,
caboclo, oxumaré,
Salve povo
de África, candomblé.
Salve salve
tudo que de ti emana,
África mãe,
África filha, África mana.
Salve tudo
que nos irmana,
Salve minha
mucama
Toda amor,
sacana,
Semeando
prazer na minha cama.
Salve a pele
negra, pura, integral
Sem a perda
dos pigmentos,
Mãe de todas
as peles do mundo
Em comunhão
universal.
Francisco
Costa
Rio,
22/02/2014.
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