Lá vai o
palhaço.
Cartolinha
de lantejoulas e camisa verde,
Multicolorida
nos detalhes, a gravata
Vermelho
berrante, e a maquiagem
Que o
disfarça e esconde, clandestino
Na sensatez
adormecida.
Leva um
leque e se abana, com a chupeta
Enorme
dependurada no peito, só risos
Aos
passantes atentos a ele, o palhaço
De olhar
escondido atrás dos óculos.
É o centro
das atenções e das reverências,
Corpo em piruetas
e malabarismos,
Expondo-se
importância momentânea,
Em uso do
Chaplin que nos habita,
Clandestino
e calado, com seu cachorrinho.
E virá a
quarta feira e ele se despirá, e nu
Lavará o
suor e a maquiagem, todo o cansaço,
Pronto para
se reiniciar nos trâmites tristes
Do
cotidiano, mascando o anonimato cruel
Dos que só
por três dias se assumem palhaços,
Disfarçando-se
de cidadãos em dias comuns,
Sem marchas
e sambas, alegorias e fantasias,
Fazendo
chorar todos os versos e toda a poesia.
Francisco
Costa
Rio,
01/03/2014.
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