sábado, 8 de março de 2014

Onde habitas no resto do ano,
Se não és miragem, imaginação,
Sonho de carnaval, alegoria
De êxtase em minhas retinas?

Que te faz anônima fora do bloco,
Longe da multidão estarrecida,
Percorrendo relevos de carne
Sambando promessas irrealizáveis?

Com que vestes te vestes anônima
Durante todo o resto do ano?

Onde te escondes, enredo
De alucinação em purpurina
E lantejoulas no olhar, fada
Deslocada do contexto,
Toda condão em desfile
Sobre corações carnavalescos?

Onde, diga-me, onde, porque é lá
Que plantarei os meus versos.

Francisco Costa

Rio, 03/03/2014.

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