Preciso de
um reset, uma reconfiguração
Em meu
comportamento já cansado
De lutar com
os fabricantes de escombros,
Os
adoradores de ruínas, os guerrilheiros
De bandeiras
rotas e ultrapassadas.
Próximo da
fadiga, assisto-me desistência
No trânsito
da acomodação, rendição
À hegemonia
dos que querem o pior
E lutam pelo
luto, o silêncio, a escuridão.
As
convicções saltaram dos livros, fugiram
Dos
experimentos e observações,
Navegam
agora em convicções pessoais
Saídas do
nada, por instinto ou modismo,
Revelações
divinas, palpites, opiniões
Sem respaldo
nem consistência, falsos.
Todo mundo
virou doutor em tudo, sabe
Tudo de
tudo, ainda que não alfabetizados,
Vivendo sem
incógnitas e sem curiosidades.
Os filósofos
foram aposentados, os sábios
Agora ditam
conselhos na televisão,
Orientam
rebanhos de alienação homogênea
Declinando
do próprio direito de ser, para ter.
Lentamente a
humanidade caminha
Para o
automatismo e a execução cega
Do divórcio
que a apartará de si.
Livre do
espírito, enfim o reino do ódio
E da
violência, da exploração, do vazio
Existencial
caminhando em solidão,
Com o apoio
inconsciente das vítimas.
Isso é de
cansar e impor desistência.
Sou só um
homem velho, quase vencido,
Mas dentro
de mim, no mais íntimo de mim,
Sobrevive
ainda um demônio que ordena:
Resiste!
Francisco
Costa
Rio,
03/03/2014.
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