sexta-feira, 7 de março de 2014

OUVINDO SCORPIONS

Ainda que desprovido de asas, alço-me
Em voo e parto, incólume e mágico,
Vendo o mundo longe, mero ponto
Onde se debatem dramas, tragédias,
Risíveis comédias humanas em curso,
Alimentando sorrisos e solidão.

Sou agora só ideia, imaginação solta,
Sem as amarras das necessidades urgentes,
As âncoras de quereres mal satisfeitos,
O litoral da razão, o chão sólido e frio
Da permanência no que é sensato.

Voo. Eu agora voo em pertinência baldia,
Apartado de tudo o que não seja o voo,
Como uma pluma ao acaso, sem ocaso,
Só trajetória sem intenções ou destino,
Com missão única e determinada: voar!

Francisco Costa

Rio, 27/02/2014.

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