sexta-feira, 28 de março de 2014

CONVICTO

(em resposta a um poema de pessimismo,
De um amigo, e que li agora)

Reafirmo a minha convicção no homem,
Bípede que se livrou das penas e escamas
Porque nascido para a transparência.

Convicto da flagrante infantilidade humana,
Que brincando erige monumentos, obras
De arte, altera a natureza, faz guerras, mata
Com a displicência infantil dos inocentes
De prontidão, esperando a maturidade.

Não serão os discursos do ódio, o dinheiro,
Comezinhas explicações, tolas teorias,
Que me farão abrir mão da esperança
Para plantar safras de dias oprimidos
Por onipresente pessimismo, padrasto
Do que não se pode em sorrisos e festas.

Eu acredito no homem, espécie a mais que,
Como toda criança se crê o eixo de tudo,
Peça obrigatória, componente principal
Do que só entende parte, e deturpada
Por sentidos limitados e passos trôpegos.

Acredito porque tudo evolui, tudo cresce,
E logo a maturidade nos emancipará
Dos grilhões que nos aferroam ao passado.

Onde houver um homem haverá
A consciência de que amanhã será melhor,
Que no museu do tempo jazerão as teorias
Que justificaram os gritos, a fome, as guerras.

Neste dia homem será homem,
Menino será menino,
Porque não haverá exploração para os igualar.

Francisco Costa

Rio, 23/03/2014.

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