sábado, 1 de fevereiro de 2014

Vasculho-me em vão,
Como se possível um encontro,
O reatamento de mim comigo.

Dissociado da essência, busco-me
Verão sem sol, primavera sem flores,
Só vestígios do que me pretendi.

Eu não era esse, sabia sorrir
E me enternecer com olhos atentos,
Em dignóstico de felicidade.

Sim, pés na areia e cabeça no vento,
Também trilhei  sorrisos ao acaso,
Antes do ocaso do que em mim morre.

Agora, prenhe de indagações,
Grávido de não saberes,
Semente de incógnitas,

Busco-me em mim aturdido,
Desesperançado do encontro,
Simples grão diante da eternidade.

A velhice é isso,
Um menino que se busca
Porque se irreconhece
No corpo que não pediu.

Eu sou aquele que ficou.

Francisco Costa

Rio, 21/01/2014.

Nenhum comentário:

Postar um comentário