Repentino e
sem pudor,
Retorna o
amor,
Justo quando
eu o pensava morto,
Banido em
definitivo, em exílio,
Longe de
qualquer possibilidade
De retorno,
de voltar a incomodar.
Já não me
pertenço mais, outra vez,
Caminhando a
esmo e pensativo,
Comungando galáxias
e borboletas.
Preciso
renovar o estoque de versos,
Reativar a
conta no florista, comprar
Roupa de
cama e banho, apascentar
Tudo o que
me irrita e desgasta,
De maneira a
readquirir o equilíbrio.
Preciso
voltar à gramática,
À lição dos
verbos: eu amo, eu quero,
Nós
queremos, nós voamos, só nós,
Porque o vós
e o eles inexistem,
Coadjuvam
agora a nossa felicidade
Estendida na
tarde, como lençóis
Sujos de
amor, secando nos varais.
Entre o
remoto e o próximo verão,
Meu coração
anuncia coisa nova.
Sei porque
reaprendeu a bater
E abater,
cansado de estar só.
Meu peito se
coloriu de novo
E de novo,
todo prosa
Voltei a
semear rosas.
Francisco
Costa
Rio,
03/02/2014.
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