sábado, 8 de fevereiro de 2014

Quem me chama?

Quem, amanhecido do silêncio
Me convida para brincar de novo,
E de novo me reinaugurar outro,
De história nova, sorrindo outra vez?

Quem me traz versos novos
E aponta cores esquecidas, flores
Que pensei extintas, pássaros
Em baldeação nos meus braços,
Solicitando-me o que pensei morto?

Quem, sorrateiro e repentino
Me anuncia a possibilidade de dias novos,
Comigo em trânsito por caminhos outros
Que não aqueles que já conheci?

Quem, oportuno e quase temporão
Bate em minha porta, delicado,
Solicitando que eu dê pousada e abrigo?

Quem, digam-me, quem
Senão esse velho conhecido,
A quem chamam medo e dor,
E que prefiro chamar de amor?

Entre! Pode entrar.
Só não repare a bagunça,
Ela ainda não veio,
Espera você chamar.

Francisco Costa

Rio, 05/02/2014.

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