sábado, 8 de fevereiro de 2014

Poetas, ah! Os poetas,
Esses seres estranhos
Que encontram flores
Nos escombros de bombas
E procuram estrelas nos temporais.

Esses meninos e meninas sem juízo,
Insistindo na esperança, em contramão
Do que todos esperam e temem,
Os quem se recusam a envelhecer
E brincam com palavras no chão da sala,
Montando quebra cabeças e charadas
De sentimentos e intenções de abraços.

Essa gente insensata que se crê astro
E brilha na noite, em luz própria,
Como a de todos os mortais, iguais,
E que não se sabem assim, e se insistem
Apagados e tristes, recusando-se à safra.

Esses tontos que se veem borboletas
E se levam tão a sério que voam, incólumes,
Sobre jardins só idealizados, de flores
Imateriais, pura cor e só cheiros, diáfanas.

Esses, sempre de punhais na mão,
Não para contribuir com o mundo
Em suas irracionais e violenta sedições,
Mas para apunhalar os próprios corações.

Francisco Costa

Rio, 07/02/2014.

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