sábado, 8 de fevereiro de 2014

Prestes a consumar o ato,
Permito-me outro,
Entregando-me, lascivo cão,
Em mordidas e lambidas,
Pelos arrepiados, hirto.

És não mais que cadelinha,
Fêmea em cio, animalidade
Espojada na cama e em mim
Rosnando carícias palavras
Na violação consentida.

Debato-me frenético
No ritmo dos teus uivos,
Sagração à natureza,
Fome animal em fúria,
Só esse encantado bichinho
Reduzida a presa do nosso
Prazer.

Em ti a vida se manifesta
E se realiza,
Simples e fácil,
Como em toda a fauna.

Francisco Costa

Rio, 03/02/2014.

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