Dancemos.
Que importa
essa chuva
De minguados
pingos
Anunciando
aridez amanhã,
O discurso
do demagogo,
A última
canção de sucesso?
Dancemos por
que já lá vai
A noite
alta, constelada,
Em fundo de
cintilâncias
Fazendo-se
lençol pra lua,
Essa vadia
amante de poetas,
Bêbados e
enamorados.
Dancemos.
Ousemos
nossos passos
Em pisar de
nuvens
Ou algodão,
maciez de lábios
Florescendo
vermelhos
Em anúncios
inesperados.
Dancemos.
Pouco
importam os bandolins,
Se em
reticências ou no texto,
Em
contraponto de teclas
Nuas e
claras, como sorrisos
Amanhecidos
em bocas meninas
Se
alimentando de espanto.
Dancemos.
Dancemos
porque urge
O momento da
despedida,
A canção
última do baile,
Quando
depois, só silêncio
De músicas
mortas
E pés
cansados.
Dancemos.
Francisco
Costa
Rio,
07/02/2014.
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