Alberga-me o
que não sei,
Só sinto,
essa indolência
De menino na
praia,
Catando
conchinhas,
Certo de que
o sol
Será pra
sempre.
Entre a
intenção e o ato
Formigam
vontades outras,
A de
permanecer eterno,
Cintilação
no escuro,
Ainda que
pobre, esmaecida,
Só um
luciluzir de vaga lume
Diante das
estrelas.
O medo é do
escuro,
Da claridade
apagada,
Da ausência
de vez e voz,
Reduzido a
um verso antigo
Perdido num
livro velho,
Soletrado
por traças,
Até a
consumação última
Do
esquecimento derradeiro.
Ainda que fiquem
as palavras,
Sem ter quem
as declame
Ou reclame,
serão inutilidades
Com a
pretensão de estar.
A
importância dos poetas
É a mesma de
todos os homens,
Repentinos
acasos
Administrando-se
importância
Perecível e
tosca,
Com data de
validade
A ser vencida.
A vaidade é
só um vento
Que balança,
verga, empurra...
Mas só até a
tempestade acabar.
Depois... A
calmaria da ausência,
O anonimato
do que se supôs muito.
O tempo é
uma borracha cruel
De apagar
textos de carne,
Reduzindo-os
às suas origens:
Letras pó que
foram palavras.
Francisco
Costa
Rio,
06/02/2014.
Nenhum comentário:
Postar um comentário