Eis que é
chegada a temporada do circo,
Dos palhaços
de plantão darem ares
De seriedade
ao que é patacoada e riso.
Eis que na
arena da mediocridade posta
No picadeiro
do picaresco, piadístico,
O pudor faz
streap e a ética se desnuda.
Um ignaro e
pouco probo deputado,
Faz
representação com exigência pátria:
Impedir o
vermelho em todos os tons
Nas vestes
presidenciais, por apologia
Do
socialismo e campanha eleitoral.
Supera-o
parlamentar pastor, ungido,
Exigindo
cotas nas universidades públicas
Para
evangélicos, os abandonados de Jesus,
Indignos da
graça de passarem no vestibular.
Já outro quer
cassar colega de parlamento
Por ter
saudado colegas e correligionários
Com o punho
fechado, em saudação socialista.
Mas não se
esgota aí o espetáculo de horrores,
Com ministro
togado, insigne magistrado,
membro
da suprema corte da companhia,
vendo
lavagem de dinheiro em cotização
de milhares
e milhares de doadores,
o mesmo que
flagrado beneficiário de propina,
em entrevero
com par e consorte na arena
ouviu “não
sou seus capangas em Mato Grosso”.
E eis que chega o togado chefe de cerimônias,
A atração
máxima da sucessão de gargalhadas,
E se deixa
fotografar acompanhado de bandido
Com mais de
duzentos processos já tramitados
E julgados,
com ações condenatórias, livre
Por Habeas
Corpus concedido na sede do circo.
E não se
esgota aí as páginas de humor negro,
Literalmente
negro e feio, o mágico urubulante
Fazendo
sumir peças dos autos de processos,
Criando
procedimentos paralelos em segredo,
Aos quais só
ele tem aceso porque ele redigiu,
Em malabarismo
com os códigos da jusrisprudência,
Fazendo-os
levitar na farsa, no engodo, no arquivo
De bicudos
pássaros imunes à justiça, cega e surda,
Ocupada em
arquivar na pasta do decurso de prazo.
Eis que é
chegada a temporada do circo. Na platéia
Os
espectadores atônitos, de dentes ativos,
Sabem que se
a alegria do palhaço
É ver o circo pegar fogo, a dos assistentes
É incendiar
o circo, com os palhaços dentro.
Francisco
Costa
Rio,
05/02/2014.
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