Ah! Esses
íntimos de Deus, porta vozes
De seus
intentos e propósitos, vontades,
Íntimos como
eu e me cão num domingo.
Ah! Esses
que oram com cifras e pedem
A
inauguração do paraíso aqui, urgente,
Com acesso a
mercadorias e produtos,
Porque o
paraíso é material, tributável
Em dízimos,
taxas, ofertas, doações.
Ah! Os que
saltam sobre cadáveres
Encomendados
pela fome e pelos tiros,
Evitam
lugares ermos, áreas pobres,
Por medo,
embora dizendo-se protegidos,
E acham tudo
muito natural.
Ah! Os
caçadores de comunistas e ateus,
No santo
maniqueísmo, pão de cada dia,
De que “não
pensa igual e mim é do diabo”.
Ah! Os que
pedem coisas edificantes
Com palavras
doces, de amor ao próximo:
“queima
senhor!”, “mata, senhor”...
E agradece a
Deus pelo câncer no inimigo.
Ah! Esses,
de moral ilibada e proba,
Sem
contradições, horrorizados
Vendo as
mãos do cramunhão no instante
Em que dois
gays se beijaram na televisão.
Tende
piedade, Senhor.
Francisco
Costa
Rio,
01/02/2014.
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