Agora caminho pela praia,
senhor de mim,
livres das amarras e peias
que me atribuíram
mas que não são minhas.
Observo as gaivotas,
e uma a uma, partem
levando o que não é meu:
documentos, referências,
o incutido na escola,
na igreja, os conselhos
e exemplos, teoremas,
postulados, leis, normas,
cada imposição imposta.
Por fim nada me habita,
permitindo-me essência,
nudez de atributos inúteis
descartados, reduzindo-me
a esta casca quase oca
com forma humana,
escondendo órgão único,
só um coração.
Francisco Costa
Rio, 08/04/2015.
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