domingo, 5 de abril de 2015

OS ILUSIONISTAS

Entre dentes comentam o fracasso.
São os falidos da esperança,
Os oportunistas nas dobras dos feitos,
As hienas que se riem felinamente
Na espera de sangue, os urubus
Em pré repasto do que querem morto.

Maquiam-se coisa bela e boa,
Mas no íntimo a conspiração e o bote,
Mil artimanhas de parasitas, vermes
Adaptados à predação  e ao saque,
Com tentáculos ávidos e vozes macias.

São os que discursam luto nas festas
E ostentam sorrisos em velórios,
Sempre na contramão das vitórias,
Em mão inversa dos infortúnios,
Cultivando a derrota, o querer, o caos.

Miúdos travestidos maiores e fortes,
Valem-se do que negam, e iludem,
Conduzindo o rebanho da inocência
Para a escuridão de repeti-los em vão,
Caminhando para o matadouro,
Mas certos de que encontrarão o sol.

Malditos sejam todos os que conspiram,
Que fazem da inocência e da incultura,
Os pães seus de cada dia, engordando-se
Com os que se supõem gordos e felizes.

Francisco Costa

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