domingo, 5 de abril de 2015

HARÉM

Se há luta inglória
Foi a que empreendi
Com as palavras.

Cada palavra é única
Porque fêmea,
Com a especificidade
Da individualidade
Que não se repete,
Exigindo exatidão
Na abordagem.

Esta pudica e casta,
Aquela desavergonhada,
A outra, trivial e comum,
Cada qual única,
De individualidade
Mantida incólume,
Indiferente ao uso
Que lhe faça o digitador.

Colecionar palavras
É manter um harém
Onde acabamos
Nos tornando
Uma palavra  também.

Francisco Costa
Rio, 19/06/2014.

Um comentário:

  1. Linda poesia Francisco, carregada de erotismo sutil e instigante, adoro, beijos meus.

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