Perdão, poesia,
não tenho como atender aos teus reclamos
e me deixar seduzir por tua voz.
Não te sintas preterida ou abandonada,
pense-me como um marido atarefado
que saiu para trabalhar e voltará logo.
Urgências outras me reclamam,
tão urgentes que longe dos versos,
dos voos poéticos, alucinatórios.
Claro que permaneço afeito a beijos,
pulsando sexo e ânsia de encontros,
namoricos insinuados no papel
e mensagens subliminares de vou,
mas o tema que se impõe é outro,
transcende as minhas necessidades
e afoga em uivos e medos, indignação,
o meu coração desanimado, anestesiado
em dor e solidariedade, luta constante
por mudanças maiores que meus versos.
Logo mais volto e prometo recomeçar.
Por enquanto descanse na inspiração,
durma e sonhe que voltarei vitorioso.
Beijão desse sempre dedicado amante.
Francisco Costa
Rio, 01/08/2014.
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