Apago-me
relicário de saudades
E
compartilho corpo novo.
Não mais a
lamúria de sempre,
Versos que
clamam compaixão,
Telas de
muito azul e pouca luz.
Idealizei
nova musa, abstrata,
Talhada em
sonhos e névoa,
Inexistente
para os passantes,
Mas perfeitamente
concreta
E real,
presente, para mim.
Que importa
se na loucura
Onde me
abasteço e me farto,
Há ainda uma
voz realista
Informando:
não existe!
Sou o que
penso e idealizo,
Não mais que
o pensado,
Idealizado,
onde cabe tudo:
A armadura
com que me visto,
Batalhas que
perdi ou ganhei,
Coisas pelas
quais me esmero
E a mulher
que sempre amei
E ainda
espero.
Francisco
Costa
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