sábado, 21 de dezembro de 2013

Apago-me relicário de saudades
E compartilho corpo novo.

Não mais a lamúria de sempre,
Versos que clamam compaixão,
Telas de muito azul e pouca luz.

Idealizei nova musa, abstrata,
Talhada em sonhos e névoa,
Inexistente para os passantes,
Mas perfeitamente concreta
E real, presente, para mim.

Que importa se na loucura
Onde me abasteço e me farto,
Há ainda uma voz realista
Informando: não existe!

Sou o que penso e idealizo,
Não mais que o pensado,
Idealizado, onde cabe tudo:
A armadura com que me visto,
Batalhas que perdi ou ganhei,
Coisas pelas quais me esmero
E a mulher que sempre amei
E ainda espero.

Francisco Costa

Rio, 17/12/2013.

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