sábado, 21 de dezembro de 2013

FELIZ NATAL

Natal na área
E o que desejar aos amigos
Senão a abundância da matéria prima
Que se edifica sorrisos e realizações?

Então que seja um natal pleno,
Completo em intenções e atos,
Pautado no que de melhor
Em cada um de nós.

Não o natal dos shoppings e lojas,
Das pequenas lâmpadas
E bolinhas multicoloridas;
Menos o da música estridente,
Do caos posto ceia e festa.

Um outro natal, de renovação,
De renascimento do invisível,
Do que nos habita calado
E corre o risco de morrer
Por não ter como se manifestar.

Falo do amor,
Mas não do amor concreto, cotidiano,
Comum, e que se manifesta sempre
E só na matéria: em outro corpo,
Fazendo da matéria ponte de manifestação:
Buquês, jóias, brinquedos, roupas...
Postos aos pés da árvore, em cabeceiras,
No sorriso do amigo oculto, nos correios.

O amor de que falo não tem contrapartida,
É intraduzível, só se mostrando, pálido
E parcial, na dedicação e nas obras de arte.

Aliás, sabemos tão pouco dele que,
Na nossa inocência, não o percebemos,
E nos dividimos em opiniões e palpites,
Erigindo religiões, filosofias, partidos...
Em equivocada imposição de verdades.

O amor é mais, indivisível, irrelativizável,
Sem se poder parcial ou limitado
Porque total e em cada um,
Ainda que não tenhamos consciência disso.

Pois é esse amor que desejo posto  sempre
Em sua ceia e em sua vida, em seus dias
E noites, quando só ou acompanhado,
E em permanente partilha com o próximo.

Feliz natal, meu amigo.
Feliz natal, minha amiga.

Francisco Costa

Rio, 19/12/2013.

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