Lá vem o
natal
Com as suas
asinhas brancas
De padecer
saudades
E ornamentar
sorrisos
Com
presentes.
Logo estaremos
todos dissimulados,
Vestidos
apenas de boas intenções
E gestos
nobres ceando abraços.
Vagabundo
este espírito do natal,
Talvez
político com mandato
Ou
funcionário público apadrinhado,
Trabalhando
um só dia em cada ano,
Deixando que
sejamos nós o ano todo.
Fosse
responsável e cioso dos deveres
Cumpriria o
seu expediente normalmente,
Batendo o
ponto em todas as manhãs, e
Cuidando de
suas atribuições precípuas:
Nos manter
em permanente natal,
Vestidos
apenas com as roupas dos outros,
Com as caras
dos outros,
Os corações
dos outros,
Sendo tão
mais nós
Quanto mais
fôssemos os outros.
Francisco
Costa
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