Sabe aquele
cara comum, trivial, amante
Feito de
flores e saudades, recordações?
Aquele cara
que chora com cenas de novelas,
E dá bombons
e rosas, marca encontros
Em jardins
públicos e portas de cinemas?
Aquele cara
igual a todos e que todos escondem,
Rotulando
brega, antigo, ultrapassado?
Aquele cara
que se encanta com crianças
E faz fiu
fiu pra moça que passa,
Atento e
concentrado no sexo oposto,
Fonte de
infinitas possibilidades adormecidas,
Escondidas
em tratados e teses, convicções,
Pautadas no
que supõe verdades?
Aquele cara
que em dois prá lá, dois pra cá
Dança
boleros e canta guarânias e baiões,
E chora
fácil e continuado pela mulher que foi?
Aquele que
canta todas as músicas do Rei
E as conhece
todas de cor, cada uma uma cara,
Um corpo,
uma dor latejando fundo e sempre?
Esse cara
sou eu.
Francisco
Costa
Rio,
25/12/2013.
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