segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Estávamos na praia.
Ela, pele de sal
Refletida no sol,
Deitada na areia,
Convite e convocação.

Deitei-me a seu lado,
Respiração sôfrega
E pelos eriçados.

Seria agora ou nunca,
Hoje ou jamais
A posse daquele corpo,
Relevo de carne na praia.

Estendi o braço direito,
Os dedos tocando-a,
Queixo e boca, pescoço,
Fazendo virar-se.

Anulando o espaço,
Nossos olhares ternos
Fundiram-se em um,
Anulando a paisagem.

Agora o braço esquerdo
Enlaçando a cintura,
Eclipsando o umbigo,
Entre o hesitar e o exitar,
Trêmulo, sem saber
Que caminho tomar.

Murmurou alguma coisa
Ininteligível, vestida
De hálito quente, úmido.

Preocupou-se, súbita,
Com o em redor
O que soou consentimento.

Encostei-me displicente,
Com rijos latejares
Sobre a perna morena,
Relaxada e pronta
Esperando.

E acordei.

Francisco Costa

Rio, 27/12/2013.

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