Óbice de
venerandas intenções,
Um corpo nu
se põe ao alcance,
Perdição em
toda a totalidade.
Agora de
nada vale qualquer coisa,
As
admoestações paternas,
Os conselhos
do pároco de prontidão,
A
psicoterapia, os compromissos,
A
racionalidade imposta como norma,
A disciplina
e a contenção.
Há um corpo
nu diante de mim
E isto basta
para inflamar Alexandria,
Queimar em
mim os vestígios de livros,
Toda a
pretensa sabedoria, o acumulado
Em momentos
de ausências de corpos nus.
Despido do
que o camufla e subverte,
Incita-me,
gladiador contemporâneo,
A combates
na cama, escaramuças no dia.
Quente e
úmido, impiedosamente desejado,
Faz-me
guerrilheiro em missão, bandeirante
Em
exploração, aventureiro em exercício,
Cumprindo
sua lógica, seu destino, seu ofício:
Amar, e amar
em intensidade tanta
E tão
completa que o mais se perca
E se anule
nas ruas do mundo,
Esse
pretexto fecundo que nos incita
À conjugação
do verbo amar:
Eu amo, tu
amas, nós amamos...
Porque só
assim nos justificamos.
Francisco
Costa
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