segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

SÓ ROSAS


Darei rosas,
Não mais que rosas,
Rosas, apenas.

As rosas brancas da paz,
Da pureza imaculada,
E as amarelas, as da riqueza,
Da prosperidade posta
Na mesa do que se esforça
E confia em safras no amanhã.

Rosas rosas, para as moças
Baldias e tontas, esperando,
Para os meninos encantados
Com a vida e com as moças.

Rosas alaranjadas, híbridas,
Por deuses humanos criadas,
As azuis, as quase negras,
Nascidas de brincadeiras sérias.

Inundarei o mundo com rosas,
Caminharei com malas, baús,
Cangalhas, conteineres, caçambas
Contendo rosas em profusão,
Até perfumar e colorir o mundo.

Já a rosa vermelha, a que não dei,
Permanecerá no porta jóias
Que tenho no coração, guardado,
Pronto para ser violado, revelando
Mais que escondendo,
Essa minha vontade de torná-lo
Caixa vazia nesse ano que se inicia.

Francisco Costa

Rio, 30/12/2013.

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