Sem controle
sobre o que em mim germina,
Escorro-me,
passional e escandaloso,
Sobre
superfícies que me esperam.
Semeio
palavras escritas, redigidas,
Estupro no
silêncio verbal que pretendem,
E espalho
cores, pigmentos, pingos de luz,
Dando forma
aos meu fantasmas interiores.
Nem
romântico nem criativo,
Menos
intelectual ou diferente,
Só um
coração estupefacto, perplexo
Com a
multivariedade de todos os corações.
Os que
pensam meus versos pedaços de mim
Estão
enganados. Meus versos são seus espelhos,
Pedaços do
próximo, dos quais me livro,
Devolvendo-os
lágrimas ou sorrisos digitados.
Poetas são
só dois olhos e um coração
Farejando o
querer alheio, e denunciando.
O poeta é o
delator do que se queria secreto.
Francisco
Costa
Rio,
04/01/2014.
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