Eu me
deliciava, vendo aqueles corpos
Em farrapos,
frangalhos, clamando
Piedade na
convulsão dos choques.
Dava gosto
vê-los nus, desprovidos
De roupas e
dignidade, desfazendo-se
Em merda,
mijo, lágrimas e vômito,
Já não senhores
de si, mas parte de mim
Enojado
diante da fragilidade dos fracos.
As
mulheres... Ah, as mulheres peladas,
Algumas
gostosas, em pose de pré cópula,
Como frangos
na assadeira, e as comíamos
Com prazer
multiplicado por ver o asco
E o
desespero, sentindo-se nosso penico.
E as
execuções com balas de festim,
Só pólvora,
sem projéteis,
Para que
experimentassem o medo
Da hora
última, final, derradeira.
E ríamos dos
que oravam
E odiávamos
os que gitavam ofensas,
Impropérios,
palavras de ordem.
Nunca questionei
dos motivos da dor,
Meu
compromisso não era com a justiça,
Mas com o
meu prazer pessoal
Submetendo o
que se supunha forte.
Agora
envelheço entre peidos e dores,
Hemorróidas,
e já não ouço: oficial!
Dependendo
de uma negra bunduda
Para me dar
as colheradas de sopa e papa,
Ocasionalmente
indo à internet, para ler
Que
descobriram tudo e agora me execram,
Exigindo
julgamento e punição, cobrança
Pelo meu
cumprimento do dever.
Perdão, sou
só um verme
Que outros
vermes estão prontos
Para comer.
Francisco
Costa
Rio,
02/01/2014.
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