sábado, 4 de janeiro de 2014

Não me falem de poemas!
Estou cheio, cansado,
Dividido entre os meus e os alheios,
Em leitura permanente
Ou parto constante.

Não quero saber mais de poemas!
Eles não pagam as minhas contas,
Não direcionam revoluções,
Confundem mais que esclarecem
E se querem o último docinho da festa.

Fora com os poemas, eu já disse!
Deixe-os a mercê de si próprios,
Narcísicos, vaidosos, deslumbrados,
Orbitando os próprios umbigos,
Ostentando-se independentes.

Quero textos revolucionários,
Palavras armas que mobilizem,
Munição verbal, provisão de letras.

Chega desses orgasmos miúdos,
De arrepios pequenos,
Dos prazeres individuais.

Eu quero o caos, a reforma
Íntima e coletiva, a mudança,
Do título ao ponto final.

Eu quero um orgasmo universal.

Francisco Costa

Rio, 04/01/2014.

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