sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Confesso-me surpreendido, senhora.
Vendo-te entre netos e rosários,
Ruminando a sabedoria dos tempos,
Mansa e passiva, alheia aos sentidos
Aparentemente gastos e cansados...
Eu jamais poderia imaginar...

Súbito te ergues do que pensei sono,
Indômita e lasciva, babando prazer,
Para congeminar energia e sonhos,
Em volúpia de menina desvirginada,
Na entrega de primeiro coito, arejar
De cortinas abertas para o mundo.

Como navegar em tamanho turbilhão
De ações, inusitados atos, desempenho
De gazela na pradaria, leve, livre, solta,
Sem as amarras das convenções,
As correntes do aconselhável,
Só carne e hormônios em festa,
Orgia que pensei em suspensão?

Quem diria desse estelionato...
Oferecer-se senhora, mamãe, vovó,
Para se entregar menina despudorada,
Mais que senhora, mamãe, vovó...
Ainda e sempre mulher.

Francisco Costa.

Rio, 21/01/2014.

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