Confesso-me
surpreendido, senhora.
Vendo-te
entre netos e rosários,
Ruminando a
sabedoria dos tempos,
Mansa e
passiva, alheia aos sentidos
Aparentemente
gastos e cansados...
Eu jamais
poderia imaginar...
Súbito te
ergues do que pensei sono,
Indômita e
lasciva, babando prazer,
Para
congeminar energia e sonhos,
Em volúpia
de menina desvirginada,
Na entrega
de primeiro coito, arejar
De cortinas
abertas para o mundo.
Como navegar
em tamanho turbilhão
De ações,
inusitados atos, desempenho
De gazela na
pradaria, leve, livre, solta,
Sem as amarras
das convenções,
As correntes
do aconselhável,
Só carne e
hormônios em festa,
Orgia que
pensei em suspensão?
Quem diria
desse estelionato...
Oferecer-se
senhora, mamãe, vovó,
Para se
entregar menina despudorada,
Mais que
senhora, mamãe, vovó...
Ainda e
sempre mulher.
Francisco
Costa.
Rio,
21/01/2014.
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